Santa Madre Beatriz e a Paixão de Cristo
Se para nós Concepcionistas Franciscanas há um exemplo de alguém que compreendeu e viveu verdadeiramente a renúncia e colocou em prática a mensagem da cruz por amor a Cristo e ao mundo, podemos dizer que é nossa Santa Madre Beatriz.
Santa Beatriz contemplava continuamente a Paixão, trazendo sem cessar no coração e na mente a Jesus crucificado. Para participar em seus sofrimentos, jejuava freqüentemente, trazia sempre o rosto velado, trajava-se simplesmente, mortificava o sono e em tudo foi modelo de vida austera e penitente. Assim o declararam os seus biógrafos.
Costuma-se dizer que a vocação contemplativa é um chamado para a oração e o sacrifício.
Que se entende por sacrifício? A primeira idéia a surgir é de tudo o que faz sofrer: dor, fadiga, sangue, etc. Este sentimento é verdadeiro, mas não é o único. A Bíblia fala também de sacrifícios de louvor, ação de graças e de regozijo. Vítimas ou Hóstias não eram só os animais imolados, mas também os perfumes, frutos, cereais, azeite, etc. Eram os sacrifícios incruentos.O que transformava essas ofertas em sacrifícios era a adoração a Deus, feita com fé e amor. Em suas comunicações com Jesus e Maria, Santa Beatriz compreendeu o valor da oblação de si. Deixou, qual grão de incenso no turíbulo da vida monástica, que o fogo do amor e da vontade de Deus a fosse fundindo e transformando - a. Enquanto isso, embalsamava a Igreja com o perfume de sua santa existência.
Para Santa Beatriz houve dois grandes sacrifícios que marcaram o início e o fim de sua missão: a prisão no cofre, e a sua morte ao fundar a Ordem da Imaculada Conceição. No cofre entregou verdadeiramente a vida corporal, e teria morrido se Deus não a preservasse milagrosamente.
No fim de sua vida, ela previu na visão da lâmpada, as grandes provações de sua Ordem nascente. Sofreu – as no íntimo da alma, com cada uma de suas filhas, e por não poder ampará – las e protegê – las neste mundo, ficava a esperança de o fazer no céu.
Tudo aceitou, a morte corporal no cofre, e no fim da vida, a morte espiritual para todas as coisas, até para a alegria mais pura de ver sua Ordem nascer e prosperar.
Esta vitória sobre o mundo e suas honras, conquistou-lhe o reino dos céus que jamais lhe será tirado, e através dos séculos cada novo Mosteiro que nasce, cada monja que professa e persevera até o fim em sua vocação, faz crescer a glória desta santa serva de Deus que como uma semente nas mãos da Mãe Imaculada, foi plantada em terreno fértil que continua ao longo dos tempos dando bons frutos para o louvor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
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