Vida Contemplativa

Vida Contemplativa

Moíses de mãos erguidas em oração.

3 – E qual a finalidade dessas vidas transformadas em oração pela fé e pelo amor a Deus?

Deus quer reservar só para Si almas que Ele escolhe gratuitamente, só por sua bondade. Destes íntimos amigos seus, Ele faz intercessores junto a Ele, e canais de suas graças  para as outras criaturas. Lembremo-nos das narrações bíblicas: Moisés pedindo clemência para o povo pecador, até que “Deus se aplacou de e não fez ao seu povo o mal que tinha ameaçado” (Êxodo 32,7-14).

Abraão, pedindo pelas cidades pecadoras. O preço do perdão seria a presença de 50 justos nas cidades. Abraão tanto negociou que conseguiu reduzi-lo para dez. Infelizmente não foram encontrados, e o fogo do céu devorou Sodoma e Gomorra (Gn 18,22-33).

Moisés, orando sobre uma colina, obtém vitória para Josué e os guerreiros que lutavam na planície, tanto assim que quando Moisés descia os braços orantes, os inimigos prevaleciam (Êxodo 17, 8-13).

Temos o exemplo de Cristo e Maria, que consagraram à oração, no silêncio de Nazaré, 30 anos de sua vida na terra. E durante a vida pública, Jesus passava muitas noites em oração; e sua advertência é categórica: “Orai sem cessar”.

4 – E a Clausura?

Para levar vida de oração é preciso se isolar e se trancar no convento? Por acaso Cristo e Maria viveram enclausurados?

Evidentemente, Jesus e Maria, os mais perfeitos orantes, não viveram em clausura, justamente por serem perfeitos. Não precisavam de condições especiais que nós, criaturas limitadas e imperfeitas, necessitamos.

A clausura cria e protege o ambiente de silêncio e recolhimento que a mente para se concentrar em Deus e não se dispersar por outros objetos.

Este recolhimento não isola os contemplativos dos demais irmãos,nem os torna indiferentes  ás suas lutas e sofrimentos.  Pelo contrário, levam-nos todos na alma para apresentá-los a Deus e lhes obter graças que necessitam.

( Concepcionista do Mosteiro Portaceli, Ponta Grossa-PR)

Continua......